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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

VEJA AQUI A TRAJETÓRIA DA 1ª PRESIDENTA DO BRASIL.





Aos 62 anos, a economista mineira é a primeira mulher presidente de 190 milhões de brasileiros.

 A mineira Dilma Rousseff chegou ao cargo mais importante do país logo na primeira eleição que disputou. Mas a trajetória política da nova presidente começou muito antes. Uma vida marcada por desafios, que ela soube vencer. Quem conta a história da primeira presidente mulher do Brasil é a repórter Cristina Serra.

 

Para uma novata nos palanques não foi fácil. E quando tudo indicava que a partida seria definida sem prorrogação, veio a surpresa do segundo turno. Dilma Rousseff e o comando da campanha não conseguiram disfarçar o abatimento. Foi preciso redefinir estratégias, mudar o discurso. A religião entrou na campanha e a candidata teve que publicar um compromisso de não mudar a legislação sobre o aborto.

Até a relação com a imprensa mudou. Desde o começo da campanha, os assessores de Dilma criaram um suporte para os microfones de onde a candidata respondia as perguntas dos repórteres, que ficavam atrás de uma faixa. Para a oposição, essa era uma forma de evitar o maior assédio da imprensa. Para os assessores, uma forma de organizar as entrevistas. Depois do susto do primeiro turno, ficou o corpo-a-corpo com os repórteres.

Mas enfrentar sobressaltos e sacudir a poeira fazem parte da trajetória de vida da mulher de sobrenome diferente que, até pouco tempo atrás, era desconhecida da maioria dos brasileiros.

Quem é Dilma Rousseff? O sobrenome é búlgaro, herdado do pai que veio para o Brasil depois da 2ª Guerra, tornou-se empresário e fincou raízes em Minas Gerais. O jornalista Momchil Indjov veio da Bulgária acompanhar a eleição. Ele conheceu um meio-irmão de Dilma, já morto, e pesquisou a árvore genealógica dela pelo lado do pai.
“É uma questão de orgulho nacional já que uma mulher de origem búlgara vai governar um dos maiores países do mundo”, ressalta o jornalista.

Dilma cresceu em Belo Horizonte e estudou nos melhores colégios da capital. Em frente a casa onde ela morou, a amiga de infância Sônia Lacerda recorda: “Tinha uma biblioteca maravilhosa de vários autores importantes e clássicos. Literatura de todo tipo tinha na casa. A Dilma lia muito e gostava de emprestar vários livros para a gente ler”.

O amigo de faculdade Helvécio Ratton lembra que ela era estudiosa. “Na faculdade de economia tinham poucas mulheres naquela época. Era uma faculdade muito masculina. E a Dilma se destacava por ser uma pessoa extremamente séria em tudo que fazia – tudo o que ela faz, leva muito a sério – e era muito aplicada, e inteligente, com uma cabeça para matemática fantástica”, revela o cineasta.

 

Luta contra a ditadura


Final da década de 1960. O Brasil vivia sob regime militar. Dilma Rousseff, ainda estudante, participou da luta contra a ditadura. Para conhecer essa história, a repórter Cristina Serra viajou até Minas Gerais para conversar com o companheiro de militância de Dilma.

“É difícil falar sobre isso porque a Dilma foi barbaramente torturada e suportar uma tortura é difícil. A tortura é uma coisa absolutamente indescritível”, emociona-se o advogado Gilberto Vasconcelos.

Dilma Rousseff participou de três organizações clandestinas de esquerda que lutavam contra a ditadura. Mas também com o objetivo de levar o Brasil para o campo socialista, um projeto utópico na definição do amigo de juventude. Gilberto Vasconcelos conta que Dilma tinha tarefas de organização no grupo.

“Nós fazíamos discussões, congressos de preparação para junção de organizações e lutávamos para manter o grupo. Ela nunca absolutamente, teve um momento em que praticou uma ação violenta. Nenhuma. Absolutamente nenhuma”, garante.

Dilma foi presa em 1970. Em um depoimento ao Senado para explicar o suposto dossiê de gastos do ex-presidente Fernando Henrique, ela falou sobre o período. “Eu tinha 19 anos, eu fiquei três anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada. E qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores, compromete a vida dos seus iguais. E entrega pessoas para serem mortas”.
Ao sair da prisão, já no segundo casamento, Dilma reconstruiu a vida no Rio Grande do Sul. Entrou para o PDT, de Leonel Brizola. Começou uma carreira em cargos públicos com o então prefeito Alceu Collares.

“Ela sempre teve uma presença muito forte, daí confundem que ela é agressiva. Ela não é agressiva, ela é uma mulher de convicções. E é extremamente exigente”, conta o ex-prefeito.

Em 2000, rompeu com o PDT e em 2001 entrou no PT. Foi secretária de Minas e Energia do governo Olívio Dutra. Na época, explicou sua escolha política. “Eu sempre fui uma pessoa que me comprometi com um lado. O meu lado é a esquerda nesse país. Acho que um projeto pela esquerda, eu não abdico dele”, disse.

No governo Lula, assumiu o Ministério de Minas e Energia, mas logo seria chamada para outra missão: substituir José Dirceu na Casa Civil. Com o lançamento do PAC, no segundo mandato, a roda da sucessão começava a girar. O presidente Lula forjou a figura da mãe do PAC, que seria muito usada no marketing da futura campanha.“A Dilma é uma espécie de mãe do PAC. É ela que cuida, é ela que acompanha”, disse na época.

Na nova função, Dilma passou a ser a coordenadora dos demais ministérios e das políticas de governo. Ela fazia o meio de campo, tentando obter consenso entre os demais ministros. Aos poucos, tornou-se a ministra mais forte do governo Lula, participando de decisões-chave. Além da gerência do PAC, Dilma coordenou o programa

“Minha casa, minha vida” e chefiou a delegação brasileira na Conferência da ONU sobre o clima, em Copenhague.

Enfrentando o câncer

Dilma passou a ser companhia constante de Lula nas viagens pelo Brasil, um modo de torná-la mais conhecida e, assim, ser indicada candidata. Foi quando veio o sobressalto. um câncer no sistema linfático.

“Eu vou ter um processo de superação dessa doença. Aliás, nós brasileiros temos esse hábito de sermos capazes de enfrentar obstáculos, de transpô-los e de sair inteiros do lado de lá’, ressaltou em abril de 2009.


Dilma enfrentou o tratamento e várias mudanças no visual. Nos bastidores, a candidatura se consolidava. Foi com a filha e o ex-marido, amigo até hoje, que ela compartilhou a notícia.

“Foi uma conversa: ‘olha, o presidente está me sondando para ver se é necessária a minha candidatura, se eu aceitaria, se encararia isso aí’. Ela disse para ele que sim, que não ia pensar duas vezes”, relata o ex-marido Carlos Araújo.

Dilma tornou-se candidata do PT, a bordo de uma ampla composição política, em que o principal aliado é o PMDB, do vice, Michel Temmer. E teve o presidente Lula como cabo eleitoral.

Durante a campanha, o pior momento foi o das denúncias de tráfico de influência contra a ministra Erenice Guerra. As primeiras pesquisas do segundo turno mostravam um estreitamento entre ela e o oponente, José Serra. Mas, logo a distância voltaria a aumentar.

Lula esteve firme na campanha. Dilma prometeu dar continuidade ao governo dele e governar para os mais pobres. Seu lema foi: ‘continuar avançando’. Aos 62 anos, Dilma Rousseff é a primeira mulher presidente de 190 milhões de brasileiros.

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