O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorreria neste final de semana, vai ficar para a segunda quinzena de novembro. O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou neste domingo que não há a menor possibilidade de a aplicação da nova prova ocorrer no começo do mês, como havia sido divulgado inicialmente.
O anúncio da nova data será feito pelo ministério na quarta-feira. Uma das possibilidades em estudo é realizar as provas durante dois dias úteis. Nesse caso, seria decretado feriado estudantil. O MEC também revelou ontem a possibilidade de usar a Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal para ajudar na realização dos testes. O exame, que mobilizaria 4 milhões de estudantes no sábado e ontem, foi cancelado na semana passada, por causa do vazamento da prova já impressa.
A data mais adequada será discutida hoje, em reunião do Comitê Gestor do Enem com reitores das universidades federais. Um acordo com os reitores é importante porque a maioria das instituições decidiu utilizar as avaliações do Enem no ingresso de estudantes. A prova poderia ocorrer em dias úteis justamente para não coincidir com vestibulares marcados para os finais de semana de novembro.
A preferência do MEC é por um fim de semana. Haddad revelou ontem que vai propor o adiamento do vestibular de algumas universidades para evitar a coincidência de datas e permitir que a nota do Enem seja usada como critério de admissão. Apenas se essa fórmula for rejeitada o ministério realizaria o exame em dois dias úteis.
– As questões a serem discutidas com os reitores são exatamente essas. Estamos apurando todo o calendário de vestibulares e outros concursos, como o do IBGE, para compatibilizar as datas – afirmou Haddad.
A reunião começa de manhã, e dela participará uma comissão representativa dos reitores de 55 universidades, 31 instituições federais e secretários de Educação dos Estados.
Calendário oficial será divulgado na quarta-feira
Paralelamente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão que coordena o Enem, reúne-se com o Consórcio Connasel, responsável pela aplicação do exame, incluindo a logística de impressão, a distribuição e a segurança. O ministro admitiu que o contrato pode ser rompido, devido não só ao vazamento da prova, mas também a outras falhas de segurança detectadas, para as quais a empresa terá de dar explicações.
A reunião, segundo Haddad, será conclusiva para a manutenção ou não do contrato, que pode ser rompido total ou parcialmente. No caso de ruptura parcial, o Inep desenhou um cenário em que o consórcio ficaria encarregado apenas da aplicação da prova na ponta, mas cederia a impressão e a distribuição para o próprio MEC, que realizaria a tarefa com auxílio da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), do Exército, da Força Nacional de Segurança Pública e de outras estatais.
O calendário oficial do novo Enem será divulgado oficialmente só na quarta-feira porque Haddad quer falar antes com o ministro da Justiça, Tarso Genro, o que vai ocorrer amanhã. Ele pedirá a participação da inteligência da Polícia Federal na supervisão do esquema de segurança montado e na correção de pontos frágeis detectados.
– O mapeamento do novo Enem e os cenários que discutimos serão submetidos ao ministro Tarso e à inteligência da PF – garantiu o ministro.
Mesmo empurrando o exame para a segunda metade de novembro, o MEC precisará correr contra o tempo para resolver as questões relacionadas à impressão de 4,1 milhões de provas, a logística de distribuição e a segurança do processo, inclusive a remoção das fragilidades que levaram ao adiamento.
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